Você já ouviu falar nas figuras de linguagem? Sabe o que é?
Certamente já usou alguma em situações do cotidiano e nem percebeu.
Vamos aprofundar nosso conhecimento nesse tema tão divertido e curioso?
As figuras de linguagem são normalmente utilizadas para dar ao texto um toque criativo, fora do comum; tendem a provocar, embelezar, sugerir e brincar com as palavras no contexto em que foram aplicadas. Costumam aparecer bastante em poemas, músicas, quadrinhos e nunca em textos formais, por exemplo:
Um aviso da diretoria para os funcionários da empresa:
Imagine um aviso desse na cozinha do seu trabalho? ou na cantina da sua escola? "mil vezes, rola e Eva coar" são figuras de linguagem. Como ele sabe que já avisou mil vezes? A palavra "rola" em um contexto diferente significa outra coisa, mudando a entonação e "Eva coar" falado rapidamente se torna evacuar. Percebeu? kkkkk. Então, a menos que você trabalhe na "praça é nossa" ou na "porta dos fundos", pede-se, favor não usar figuras de linguagem em textos formais.
Portanto, devemos saber como e onde usar as figuras de linguagem, se não, elas acabam nos deixando em situações desagradáveis. Isso pois, as figuram de linguagem fazem com que as palavras assumam sentidos ampliados no contexto.
Vale salientar que alguns gramáticos dividem a matéria em: figuras de palavras, figuras de sintaxe e figuras de pensamento. Porém todos fazem parte das figuras de linguagem. Para ficar melhor o raciocínio e organização, esse tema terá 3 postagens. A primeira será das figuras de palavras que na explicação de Fernando Pestana: "as palavras passam a assumir sentidos ampliados, diversos, consoante e contexto."
Outra coisa que vale lembrar: as figuras de linguagem são normalmente usadas em textos conotativos. Se você não sabe o que é isso, veja essa postagem explicando, clicando aqui.
Agora sim, sem mais delongas, vamos a elas.
1. Metáfora: A metáfora consiste em pegar uma palavra com sentido próprio e dar outro sentido a ela no contexto. Veja esses exemplos:
- Aquela mulher é uma baleia.
- Aquele atacante é fera!
- Esse blog é muito massa...
No dicionário Aurélio (https://dicionariodoaurelio.com/), massa significa: "Farinha diluída num líquido, formando pasta.". Fera significa: "Animal feroz, geralmente um mamífero carniceiro." e baleia: "mamífero marinho, o maior dos animais atuais."
No contexto das frases de exemplo, essas definições são cabíveis? Realmente o locutor quis dizer que o atacante é um animal carniceiro? Que meu querido blog é farinha diluída num líquido? =(
Pois é, essa é a metáfora, usar uma palavra com sentido diferente!
2. Comparação: Como o próprio nome já diz, é uma comparação, mas atenção: Não confunda metáfora com comparação.
Toda comparação trás consigo uma palavra que chamamos de: Conectivo. Esse conectivo determina se a figura de linguagem é comparação ou metáfora. Os mais comuns usados são: Como, tal qual, igual a, que nem, semelhante, assim como etc.
Sendo assim, observe os exemplos:
- Aquela mulher é gorda como uma baleia.
- Meu coração é semelhante a uma pedra.
- Feito um anjo da guarda você veio me salvar.
Na segunda frase, veja como o conectivo tem importância na classificação da figura de linguagem, se não houvesse um, a frase permaneceria coerente, com o mesmo sentido e a comparação se transformaria em metáfora.
- Meu coração é semelhante a uma pedra.
Na terceira frase, o conectivo se apresenta no inicio da frase, e pode ser substituído por "como" ou "tal qual", entre outros; mantendo o sentido da frase.
Mas atenção: As figuras de linguagem das frases não são as palavras coloridas, essas são seus conectivos que caracterizam a classificação no tema, as sublinhadas são as figuras.
3. Metonímia: Essa já é um pouco mais complicada, pois se subdivide em grupos. Veja a imagem:
Ou seja, metonímia é quando ocorre a substituição de uma palavra por outra mantendo uma relação de proximidade entre o sentido de um termo e o sentido do outro termo.
Nos exemplos mostrados na imagem, perceba que a palavra sempre dá sentido a frase e também conseguimos entender o motivo da aplicação dela no contexto.
4. Catacrese: Quando não temos um termo adequado para usar na frase, pregamos "emprestado" uma palavra para nos expressar. Essa figura surgiu por não haver ou não saber exatamente o termo certo para se usar em determinadas situações da língua. Veja os exemplos:
- O menino tomou uma bolada na boca do estômago!
- Essa bala é ruim pois sempre gruda no céu da boca...
- Cuidado, os dentes do serrote estão bem afiados para serrar o pé da mesa.
5. Antonomásia ou perífrase: Consiste no uso de maior quantidade de palavras para exprimir o que poderia ser dito com menos palavras. É designar algo ou alguém por meio de suas características. Alguns autores consideram perífrase a mesma coisa que antonomásia (apelidos). Por isso, nessa postagem resolvi coloca-las juntas, mas para que fique claro, antonomásia é exatamente classificado quando usamos a característica de alguém no lugar do seu nome. Exemplo:
- A rainha dos baixinhos chegou hoje ao Canadá. (Xuxa)
- O pai da aviação mudou o mundo. (Santos Dumont)
Já a perífrase é mais utilizada para adjetivar algo. Por exemplo:
- As imagens aéreas do velho chico são lindas (Rio São Francisco)
- O rei dos animais está em risco (leão)
6. Sinestesia: É a união de vários sentidos (tato, olfato, visão, audição e paladar) numa expressão com intuito de mesclar sensações percebidas por diferentes órgãos. Por exemplo:
- Aquele cheiro gostoso estava por toda parte. (olfato e paladar)
- Sua voz macia encantava o público. (audição e tato)
- Mantive o olhar amargo até que ele fosse embora. (visão e paladar)
Por enquanto é só galera! Seguiremos com a parte 2 em breve.
Até a próxima!!
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